A Pantera

SINOPSE

Um casal, às vésperas do casamento, está preso num supermercado com um animal selvagem. Tentam unir forças para lidar com o caos da situação, e acabam revendo seus papéis e os verdadeiros sentimentos que os move. Uma tragicomédia sobre liberdade e desconforto do rompimento.

“O texto teatral de Camila Appel é para mim uma parábola surrealista sobre o encontro de um casal, a ilusão do amor e o casamento. Surrealista pois a história de nosso encontro se dá entre as prateleiras de um supermercado, símbolo da ordem material das coisas a reger planos e destinos. É como se este rápido passeio de compras domésticas, e sua desventura em fugir ou se confrontar com a pantera, fosse o resumo da vida deste jovem casal. A Pantera aqui é símbolo poético tanto dos instintos amorosos quanto dos selvagens. Ela é a própria sombra do casal que cresce e ameaça todo o tempo a relação. Ela é o perigo da morte. Da morte do amor. Ela é a representação viva do conflito que se estabelece e cresce entre eles, sem que eles percebam. É através do irrisório que se torna fundamental que percebemos nossas falhas humanas e compreendemos o caráter patético dessas falhas. É um caminho que vai da idealização à frustração. A idealização é cor-de-rosa e a frustração é escura sombra. Por isso a Pantera de Camila Appel não é nada cor-de-rosa. Mas tem muito humor. Para além de todos os planos de leitura, o texto cativa e envolve o espectador que se identifica com a situação amorosa e termina por rir de si mesmo. É através deste reconhecimento que o público é convidado a passear entre luzes artificiais e sombras profundas, mas cujo destino sempre remete a outra luz, a luz do amor”.

Marco Antonio Braz